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CDBs e o Banco Master

Resumo do mercado de CDBs no Brasil em 2025, destacando o papel do Banco Master e o crescimento do investimento em CDBs com dados e gráficos detalhados.

CDBs e o Banco Master
CDBs e o Banco Master
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Nesta edição: O noticiário deste ano tem sido dominado pelas notícias do Banco Master e o seu alto volume de CDBs emitidos. Neste Radar, fazemos um resumo sucinto e visual do mercado de CDBs no Brasil, em 6 gráficos.  

Autores desta edição: Andre Sobreira e Ivano Westin, fundadores da Uinvex.

Conteúdo baseado no Radar Uinvex, material escrito pessoalmente pelos fundadores da Uinvex ou por experts renomados em suas áreas de atuação sobre temas relevantes do mercado de investimentos.

6 gráficos sobre CDBs e o Banco Master

#1 e #2: CDBs, os ativos mais populares no Brasil

Os CDBs são, de longe, o tipo de investimento mais popular no Brasil (com exceção da Poupança, que tem características específicas em um país como o nosso onde a educação financeira da maioria da população ainda é muito baixa). 

90.6 milhões de CPFs investem diretamente em CDBs, uma distância abissal versus o segundo tipo de ativo mais popular no Brasil, ações, com 3.9 milhões de CPFs investindo diretamente em ações. (Para referência, a Poupança possui 649 milhões de contas – 538 milhões cujos depósitos são inferiores a mil reais).

Os CDBs, para além do números de indivíduos investidores, também representam o maior volume financeiro, um total de R$ 1.2 trilhões em dezembro de 2024. Número este mais de duas vezes maior que o segundo produto com maior volume financeiro, as LCAs, com R$ 515 bilhões.

#3: CDBs, o tipo de investimento que mais cresceu no Brasil

Não somente são os CDBs os instrumentos mais populares e de maior volume financeiro, mas também o tipo de ativo que mais cresceram (em níveis absolutos e, mais impressionante, em níveis relativos). Desde 2021, o número de investidores que investem em CDBs aumentou em expressivos 864%. Para referência, o segundo tipo de ativo que mais cresceu no período foram os CRIs, com aumento de 247% no número de investidores pessoas físicas.

#4 e #5: O Banco Master virou um player relevante no mercado de CDBs

Nos últimos anos, o Banco Master se tornou o banco com o nono maior volume de emissão de depósitos a prazo no Brasil (categoria de depósitos que incluem os CDBs). 

Em dezembro de 2024, o Master possuía um volume de R$ 59 bilhões de depósitos a prazo, um crescimento vertiginoso versus os R$ 9 bilhões que possuía em dezembro de 2021. O gráfico abaixo mostra as 15 maiores instituições financeiras emissoras de depósitos a prazo em dezembro de 2024.

De fato, o Banco Master foi a instituição que mais cresceu em número de depósitos, com um crescimento de 598% nos últimos 3 anos (dezembro de 2021 a dezembro de 2024). Outros bancos com crescimento expressivo no mesmo período foram Inter, C6, XP, e Caixa. O grupo Pagbank-Pagseguro não aparece no gráfico abaixo de crescimento em percentual pois tinha um volume zero de emissões em 2021.

#6: FGC (Fundo Garantidor de Crédito) e Índice de Basiléia

Fundo Garantidor de Crédito (FGC)

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) no Brasil tem um patrimônio de R$ 132,7 bilhões, conforme dados de setembro de 2024. A liquidez do fundo é de R$ 107,8 bilhões, o que é importante para garantir a capacidade de atender a demandas de resgate em caso de falência de instituições financeiras. O FGC garante depósitos até R$ 250 mil por CPF e por instituição bancária. 

As estimativas da mídia indicam que os CDBs do Banco Master poderiam consumir cerca de 42% do patrimônio líquido do FGC – números estes que estão em sintonia com um volume total de depósitos a prazo do Master de R$ 59 bilhões e patrimônio líquido do FGC de R$ 132 bilhões, e que assumem que 100% dos depósitos do Master se enquadram dentro dos limites de cobertura do FGC.

Índice de Basiléia

O gráfico abaixo mostra os índices de Basiléia para cada uma das principais emissoras de CDBs do Brasil. O Banco Master possui o menor índice das 15 maiores emissoras de CDBs (11.51%), próximo ao limite mínimo exigido pelo Banco Central de 11.50% (composto de 8.0% de Patrimônio de Referência + 2.5% de Conservação de Capital + 1.0% de Risco Sistêmico).

O cálculo do Índice de Basileia é feito ao dividir o patrimônio de referência de cada banco pelo valor dos ativos ponderados pelo risco (RWA – risk weighted assets), sendo uma medida de alavancagem dos bancos.

Bons investimentos,

Ivano Westin & Andre Sobreira

Sócios fundadores da Uinvex